Está na Constituição Federal, todos têm o direito a saúde, mas o brasileiro pena para ver esse direito prevalecer e em Sertânia não é diferente, as pessoas, sobretudo, aquelas que mais precisam, sofrem com a precariedade nessa área e o Tribuna do Moxotó tem recebido muitas reclamações e até denúncias nesse sentido e até de falta de empatia de alguns poucos profissionais que muitas vezes se acham, por ser médico (a), enfermeiros ou chefe desses setores, que estão acima de todos, se achando semideuses e tratando essas mesmas pessoas com desdém e falta de urbanidade.
E para ilustrar o preâmbulo acima, recebemos da senhora Marlene Delgado, moradora do Distrito há mais de 16 anos e começou a fazer um tratamento odontológico e tem penado para terminar, relatos sobre esse desdém com a saúde dessas pessoas.
Para aqueles que realmente se preocupam com as pessoas e que mandam nessas UBS uma sugestão simples e lógica: priorizar aqueles que já começaram o tratamento dentário e que penaram nas filas dessas UBS, chegando muitas vezes às 7 da noite para tentar uma ficha no outro dia. No entanto, não é isso que acontece, a falta de empatia, humidade de alguns desses profissionais é de assustar qualquer um. Veja o relato da senhora Marlene Delgado:
“Sou Marlene Delgado e estou aqui através desse site Tribuna do Moxotó, único meio de comunicação em Sertânia que oferece oportunidade para que todos nós possamos contar nossas angustias e aflições por falta de assistência digna a saúde, para contar o que me aflige.
Sou moradora do distrito de Rio da Barra há pelo menos 16 anos e depois de muito sofrimento para conseguir uma ficha para a dentista e fazer um tratamento dentário comecei esse tratamento, mas não consigo terminar.
Claro porque estou indignada, é que para consegui uma outra ficha e termine o que comecei, ainda vai demorar 3 semanas para tentar conseguir uma simples vaga e apesar do meu apelo lá no posto de saúde, o duro é ver que eles não estão nem aí para mim e nem para ninguém, não têm empatia só trabalham pelo dinheiro, deveria trabalhar para ajudar outras pessoas que ai vão.
Mas vejo que trata-se de apenas um cabide de emprego. Tô cheia deste lugar sem futuro. A dentista disse para mim que infelizmente não poderia amarrar as pessoas em casa para vim tirar as fichas na hora certa. Eu estou lutando para consegui uma vaga, mas não consigo. Estou com um problema sério numa raiz do dente e não consigo uma ficha.
Não quero anonimato, quero que coloque meu nome, porque busco meus direitos e o certo é a gente comece e termine um tratamento. A dentista disse que infelizmente é assim não pode marcar retorno. Aí agora marcaram pra gente tirar ficha doze horas, é 8 ou 80 com eles, e quando a gente chega 9 horas lá para marcar dentista, para a próxima semana, já não tem mais vaga, daí temos que ir na próxima semana para tirar ficha para a outra semana e aí vamos sendo empurrado com a barriga e ficamos a mercê da sorte. Até quando isso??”, conta Dona Marlene Delgado.
O leitor lembra que esta UBS é aquela mesma onde as pessoas passam a noite para conseguir uma ficha para dentista e que fizemos uma matéria sobre este descaso (ver matéria).
O que foi feito para resolver o problema? Parece que nada. O que se ver é a população sofrendo ao buscar atendimento e o chefe do executivo nem ai, parece que se encontra fechado no seu mundinho de Bob, fazendo propaganda e passando para esta mesma população que todos vivem em uma cidade que só existe nessas peças midiáticas.
Quando teremos uma saúde digna? Quando teremos mães tendo seus bebês em Sertânia? Quando teremos um bloco cirúrgico funcionando? Quando teremos pelo menos uma ambulância equipada com UTI? Quando será que teremos o povo realmente sendo priorizado e não apenas família ou um grupinho político? Nas próximas eleições que estão para vir, que se renovem as velhas promessas e que o povo aprenda de uma vez por todas que não vive apenas dessas promessas e que a realidade é dura e que voto errado tem consequência.
Vamos esperar que depois desse apelo de Dona Marlene as pessoas dessa UBS de Rio da Barra e de tantas outras Unidade de saúde em Sertânia sejam mais empáticas e atendam a população como se estivessem atendendo um parente..
Vamos deixar uma frase que foi encontrada no campo de concentração nazista que simboliza bem tudo isso sobre humanidade, empatia e sobretudo, EDUCAÇÃO.
“Prezado Professor, sou sobrevivente de um campo de concentração. Meus olhos viram o que nenhum homem deveria ver. Câmaras de gás construídas por engenheiros formados. Crianças envenenadas por médicos diplomados. Recém-nascidos mortos por enfermeiras treinadas. Mulheres e bebês fuzilados e queimados por graduados de colégios e universidades. Assim tenho minhas suspeitas sobre a Educação. Meu pedido é: ajude seus alunos a tornarem-se humanos. Seus esforços nunca deverão produzir monstros treinados ou psicopatas hábeis. Ler, escrever e saber aritmética só são importantes se fizerem nossas crianças mais humanas.”
Texto encontrado após a Segunda Guerra Mundial, num campo de concentração nazista.
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