Sertânia é uma cidade em que as coisas vão piorando, mesmo com a tendente evolução da tecnologia, o cenário de pessoas mais esclarecidas e, também, da certeza da impunidade aos descasos, por parte de alguns que vendem sua mão de obra ao serviço público.
Agora, dia 17 de setembro de 2021, às 09h49min, estou no Hospital Maria Alice Gomes Lafayette, no Centro COVID e até este momento a médica do dia não apareceu para cumprir seu dever diário.

Meu diagnóstico, como leigo na medicina, é uma forte gripe e que teria de ser respondido o questionamento, até para preservar os demais munícipes, é COVID ou não?
Registre-se que o horário de trabalho do médico, segundo apuração no local, inicia 8, acabando 16h.
Hoje, não se cumpriu o previsto na chegada. Ficará além das 16h para repor o atraso? Terá esse tempo descontado daquilo que percebe como salário mensal, como critério de justiça?
Enfim, a médica chegou às 10h03min. Entrada ao seu gabinete e a vida segue.
Mas agora vou concluir o relato, respeitando o direito de eventual resposta dos citados e também não me esconderei, pois tudo que falo, agora, é a mais pura expressão da verdade!
Pela ordem de chegada, serei o quarto paciente. Há outros 3 que, talvez, estejam em condições piores do que eu. É justo com todos essa falta de respeito e descaso de quem deveria estar atendendo desde 8 horas? Cadê a fiscalização do hospital para averiguar isso?
Pior de tudo é que ontem também estive nesse local e ainda não eram 16h. O médico do dia já havia saído e aí não sei a razão e não me cabe julgar ninguém. Mas, como cidadão brasileiro, sertaniense e cumpridor de minhas obrigações, tenho o dever moral de denunciar este fato, no pensamento de que melhore para quem precisar de atendimento hospitalar, a partir de então.
Ontem, fui informado que haveria “um acordo” em que o paciente não atendido no Centro COVID, a partir das 16h, seria no Setor Respiratório e a atendente do Centro COVID foi, em meu atendimento, uma excelente profissional, atenciosa, respeitosa e me pediu para lhe acompanhar, o que fiz.
Chegando ao outro setor, a atendente informou que o médico estava em atendimento e eu teria de esperar, ao que lhe perguntei se podia ir em casa, bem próximo, pois pretendia comer algo e voltar em seguida, ao que acenou tudo certo.
Na volta, fui abordado por um enfermeiro, chamado pela atendente de “Cicinho”, na porta da entrada e ele indagou o que seria, ao que respondi ser atendido, quando a moça da recepção disse que eu vim mais cedo e que precisava fazer o teste COVID.
O enfermeiro, que falava ao celular na área externa do hospital, falou para eu voltar amanhã, sem ter a menor preocupação em que, sendo COVID, não poderia este infeliz repassar seu problema a mais sertanienses? Será que ele desconhece “o acordo” ou resolveu ignorá-lo?
Não me cabe julgar procedimento ético, técnico e muito menos a conduta profissional de qualquer um. Mas cabe o registro e a indagação: desídia, negligência, imperícia, imprudência? Deve ter alguém que responda!
Fica a dúvida se alguma providência será tomada e por quem? Justo seria ouvir os citados e, sendo o caso, buscar a melhora na qualidade do atendimento ao público, pois, como servidores, tem essa obrigação, na contrapartida do percebimento de seus salários.
Não estou julgando nada relativo à competência profissional dos trabalhadores, mas as dificuldades para quem precisa ser atendido no Hospital de Sertânia.
Após o atendimento, muito atencioso da médica, doutora Raquel Alves Dantas, não tendo como aliviar o atraso em seu horário de chegada, ela prescreveu medicação IBUPROFENO 600 mg – 15 cápsulas, sendo que haviam apenas 10 unidades e, se o próximo paciente precisar desta medicação, haverá para reposição imediata ou não? Com a palavra os gestores que, eventualmente, podem responder ao questionamento.
Fui atendido às 10h31min e agora é aguardar o resultado do teste e, a título de sugestão, interessante seria que o cidadão tivesse a informação na parede do estabelecimento: EM CASO DE DENÚNCIA, ACIONE ESTE CANAL.
Por que não um relógio digital para os médicos? Eles não são deuses e, não cumprindo a jornada integral, desconta-se em sua remuneração. Simples assim! Com os trabalhadores comuns isso é previsto em lei, acordo ou convenção coletiva. Numa administração que se respeite, tem de ser claro esse critério, até para que não se prevarique: paga-se aquilo que é devido pelo cumprimento de uma determinada jornada trabalhada. Não sendo integral, por que pagar em 100%?
A não ser que não se pretenda melhorar em nada e continuar com a ferida eternamente aberta, valendo a máxima de que “FINGE QUE TRABALHA, QUE FINJO FISCALIZAR”.
A quem interessar, apurar hoje o horário da saída do médico e se você for um a precisar amanhã, seja cidadão e faça sua parte! Temos de melhorar, sempre!
José Waldir de Almeida – zewaldir@hotmail.com e (69) 9-9282-1918
Faça um comentário: