Por Esequias Cardoso*
É tempo fé, fé cristã, fé católica, tempo de igrejas lotadas, mesas fartas e lamentavelmente pouquíssimas ações em prol daqueles que esperam pelas bênçãos de Deus através da ação para de seus irmãos tira-los da miséria ou pelo menos amenizar suas chagas.
Neste processo de desumanização, o que se ver é muita gente com a bíblia na mão, oração pronto na boca, sem, no entanto, converter tudo isso em medidas que visem ajudar pessoas que gritam de forma silenciosa pela ajuda.
O mais cruel é que são pessoas Abastadas de dinheiro e poder, que poderiam usar este mesmo poder para suavizar as dores de seus vizinhos, fazendo sua parte nesse processo, mas sem esperar nada troca.
Tão bom que o mundo se unisse para ajudar pessoas, num processo verdadeiro de humanização e não de tanta desumanização; que observasse no ato de rezar, ler a bíblia e ir as igrejas todos os domingos, não lhe levará ao “céu”, o bem sim, este se concretizará ao seu ingresso a paz celestial de uma mente sã, de uma alma leve, lhe distanciando do umbral. Que cada um compreenda que a energia da luz é movida pela ato de fazer ao outro o que gostaria que fizesse a si.
Neste natal a busca é pelo distanciamento desse processo danoso da desumanização, onde se mata por nada, onde as famílias desestruturadas reproduzem jovens rebeldes sem valores mínimos de civilidade, se apoiando de conceitos violentos de diminuir o outro para tentar se engrandecer.
A perda da qualidade de se solidarizar com o outro, da compaixão, da caridade, é aparente quando vemos que as pessoas são medidas pelo que se vestem, ou seja, pelo seu CPF, nunca pelo seu RG, quando pessoas vão aos seus templos religiosos muitas vezes luxuosos e não percebem que muitos frequentadores ali sequer tem um teto, mas mesmo assim oferecem à igreja o que nem tem, dando muito do pouco que tem, acreditando que serão salva, numa contradição horrorosa de se dar sem receber. Mas que lógica é essa??
Vivemos numa sociedade de hipócritas, nas palavras de Jesus, de verdadeiros fariseus, que usam da religião e da própria palavra do Filho do Homem, para se autopromover, perseguindo os mais frágeis,se colocando como o paladino da moralidade,falsos sacrossantos.
A intenção aqui não é julgar, é apenas refletir o real sentido desse natal, onde se esquece o aniversariante e se lembra muito mais do papai Noel, produto criado pelo capitalismo selvagem tanto criticado pelo próprio Jesus, o grande aniversariante.
Então minha reflexão para hoje, dia do nascimento daquele que veio para mudar o mundo e morreu por ele, é que ao se ajoelhar em santuário apenas para orar, mas sem nada fazer pelo outro, sugiro que olhe no entorno, observe em sua volta, perceba assim, a personificação de Cristo em cada irmão com fome, fome de amor e de atenção, precisando da sua melhor oração, FAZER O BEM e assim, aliviar as dores de quem vive numa sociedade doentia, desigual e desumanizada.
Viva, de forma verdadeira, o nascimento de Cristo!
*Esequias Cardoso é professor e mestre em ciência sociais pela UFPB e jornalista editor do Tribuna do Moxotó.
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