O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) aceitou, nesta quinta-feira (7), a denúncia contra 12 policiais militares por participação na chacina que resultou na morte de sete pessoas, sendo seis da mesma família, no Grande Recife. A sequência de assassinatos ocorreu em setembro de 2023, depois que dois PMs foram mortos num confronto no bairro de Tabatinga, em Camaragibe.
Com a decisão, publicada pela juíza Marília Falcone Gomes Lócio, os agentes se tornaram réus. Dos doze policiais, cinco tiveram prisão preventiva decretada:
Paulo Henrique Ferreira Dias;
Dorival Alves Cabral Filho;
Leilane Barbosa Albuquerque;
Fábio Roberto Rufino da Silva;
Emanuel de Souza Rocha Júnior.
Os outros sete réus vão responder em liberdade, mas devem cumprir medidas cautelares, sendo afastados das funções na Polícia Militar e proibidos de entrar em contato com as testemunhas do processos. São eles:
Marcos Túlio Gonçalves Martins Pacheco;
João Thiago Aureliano Pedrosa Soares;
Dorival Alves Cabral Filho;
Diego Galdino Gomes;
Janecleia Izabel Barbosa da Silva;
Eduardo de Araújo Silva;
Cesar Augusto da Silva Roseno.
O g1 tenta localizar as defesas dos policiais denunciados, mas, até a última atualização desta reportagem, não conseguiu entrar em contato com os advogados.
PMs são acusados de executar parentes
De acordo com a denúncia, feita pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), entre os PMs denunciados, que foram presos em operação realizada em dezembro do ano passado, estão os atiradores encapuzados que mataram os irmãos de Alex: Agata Ayanne da Silva, de 30 anos; e Amerson Juliano da Silva e Apuynã Lucas da Silva, ambos de 25 anos. O ataque foi transmitido ao vivo por uma das vítimas numa rede social.
O grupo também seria responsável pela execução da mãe e da esposa do atirador, identificadas, respectivamente, como Maria José Pereira da Silva e Maria Nathália Campelo do Nascimento, que foram encontradas mortas num canavial em Paudalho, na Zona da Mata de Pernambuco.
Segundo o Ministério Público, no texto da denúncia, os promotores que acompanham o caso registraram que os acusados mataram as vítimas a tiros, “por motivo torpe de vingança, em uma emboscada, o que não deu a elas chance de defesa”.
“Diversos policiais se deslocaram até Tabatinga, sob o comando, instrução e monitoramento de oficiais da Polícia Militar, onde iniciaram uma caçada a Alex e a parentes deste, com claro intuito homicida, em vingança pela morte dos colegas”, informa o texto do MPPE.
Ao chegar ao local, dois policiais foram baleados na cabeça e morreram. Eles foram identificados como:
Eduardo Roque Barbosa de Santana, de 33 anos: soldado do 20º Batalhão da Polícia Militar;
Rodolfo José da Silva, de 38 anos: cabo do 20º Batalhão da PM.
Alex da Silva Barbosa, de 33 anos, foi apontado pela polícia como o suspeito de matar os dois policiais. Nesse mesmo tiroteio, além dos PMs, uma grávida de 19 anos e um primo dela, de 14 anos, também foram baleados.
Logo depois, no mesmo bairro, foram mortos, em ordem cronológica, três irmãos do atirador e o próprio criminoso, na noite de 14 de setembro e na madrugada e na manhã de 15 de setembro, respectivamente.
Além disso, a mãe e a esposa de Alex foram encontradas mortas num canavial em Paudalho, na Zona da Mata de Pernambuco, também no dia 15.
Ana Letícia, a mulher grávida que foi baleada no tiroteio de 14 de setembro, foi socorrida e ficou internada pouco mais de um mês. Ela à luz uma menina, enquanto estava em coma, e morreu pouco mais de um mês depois da chacina.
g1 Pernambuco