DESCONHECENDO AS MEMÓRIAS DO POVO SERTANIENSE, PADRE MANDA DERRUBAR ÁRVORES CENTENÁRIAS DA “IGREJA VELHA” DE SERTÂNIA

As redes sociais de diversos sertanienses mostram o tamanho da indignação com a atitude dos que fazem a igreja católica em Sertânia.  ” derrubaram as nossas memórias”, lamentou um sertaniense. 

No ano em que a Campanha da Fraternidade 2025 que teve como tema “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31), lançada pela CNBB e que teve como objetivo promover a conversão ecológica e a justiça socioambiental, o padre Bomfim de Sertânia, responsável pela religiosidade católica do povo sertaniense,  resolveu não só “apagar” as memórias desse mesmo povo derrubando as duas árvores centenárias que se localizavam ao lado da Igreja mais velha da cidade, como também parece ter rumando contra o que pregou a referida campanha da fraternidade de sua igreja.

Neste sábado, dia 12 de abril, a comunidade sertaniense acordou atônita ao perceber que a Igreja da Imaculada Conceição já não mais contava com suas árvores centenárias e que foi derrubada sob o pretexto de que estava prejudicando as estruturas da mesma.

O Tribuna do Moxotó buscou ouvir várias especialistas sobre a questão que motivou a derrubada dessas árvores e todos foram unânimes em afirmar que não há conhecimento técnico de que as referidas árvores estavam prejudicando e que seria preciso um estudo mais aprofundado sobre o caso.

A PRIMEIRA NOITE SEM AS ÁRVORES QUE EMBALAVAM A MEMÓRIA DO POVO SERTANIENSE, ESTAS FORAM DERRUBADAS SEM LAUDOS COMPROBATÓRIOS QUE ESTAVAM REALMENTE FAZENDO MAL A ESTRUTURA DA IGREJA, SE ALGUÉM TIVER ESSES LAUDOS MANDEM PARA QUE POSSAMOS PUBLICAR. 

Sem um laudo técnico que comprovasse os possíveis danos causados pelas árvores o padre sentenciou ambas a morte e com isso matou também as memórias dos nossos antepassados e das gerações atuais.

“Tenho hoje 72 anos e me lembro bem dessas Árvores e não me lembro delas terem sido consideradas ameaças para a estrutura dessa igreja. Ao meu ver Houve precipitação do padre ou de sua Diocese”, disse um sertaniense que preferiu que seu nome não fosse identificado.

O site tomou conhecimento de que houve visitas técnicas e que nenhuma dessas visitas deram a comprovação por escrito de que essas árvores estavam fazendo “mal” a estrutura da igreja.

“Temos conhecimento de que o padre foi procurado para tentar sensibiliza-lo sobre a importância dessas árvores para todo povo sertaniense, mas o argumento era de que a Diocese havia mandado derrubar.  Um verdadeiro absurdo.  Ele acaba com a memória de um povo que não tem muitas coisas para se apegar na busca da perpetuação de sua história e que ver em árvores como essas a comprovação viva de que houve o ontem que a preservação dela faz criar raízes em seu povo”, publicou em suas redes sociais outro sertaniense indignado com a derrubada dessas árvores e ver nisso um crime ambiental.

O que se sabe disso é que houve de fato uma acanhada discussão, acerca do comprometimento dessas árvores para a igreja. O que se sabe é que para resolver um fato tão importante para o povo de Sertânia no tocante a sua memória teria que haver mais debates e se ouvir verdadeiramente todos. O fato é que todos, com exceção do padre e de sua diocese, estão chorando a perda dessas duas centenárias árvores. É a castração de toda uma história.

O que dará toda essa indignação? Obviamente que nada. Mas que fique a registrado que após mais de cem anos, RESOLVERAM que aquelas árvores estavam fazendo mal àquela igreja e não pesaram que para derruba-las era preciso um estudo mais aprofundado ou pelo menos mostrarem os laudos sobre a questão. Que pena que houve uma grande falta de respeito a toda comunidade.

Com a palavra a Diocese, a Igreja e todos os responsáveis por esta ação que exterminou a memória de um povo.

Comentários do Facebook