Influenciadora foi presa em operação que investiga esquema de lavagem de dinheiro e jogos ilegais. Município de Buíque fica no Agreste de Pernambuco, a 279 quilômetros da capital.
Após descumprir medidas cautelares e ter a prisão domiciliar revogada pela Justiça, a influenciadora digital Deolane Bezerra foi encaminhada do Recife para a Colônia Feminina de Buíque, no Agreste do estado, na tarde desta terça-feira (veja vídeo acima). A empresária foi presa na Operação Integration, contra suposto esquema de lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais.
Depois de sair do Fórum Rodolfo Aureliano na tarde desta terça (10), Deolane foi conduzida ao Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, no Centro do Recife, para fazer um exame de corpo de delito. Ela chegou às 16h55 e deixou o local por volta das 17h15, acompanhada de policiais da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil.
Conforme apuração da TV Globo, a influenciadora seguiu direto do IML para Buíque, que fica a 279 quilômetros da capital pernambucana e a cerca de 150 quilômetros de Caruaru, a maior cidade do Agreste do estado.
A Justiça chegou a conceder um habeas corpus, substituindo a prisão preventiva pela domiciliar, e a influencer deixou a Colônia Penal Feminina do Recife, com tornozeleira eletrônica, na segunda (9). Mas a decisão foi revogada pelo fato de Deolane ter falado com a imprensa e publicado nas redes sociais ao sair da prisão, descumprindo medidas cautelares determinadas pela 12ª Vara Criminal (entenda mais abaixo).
Após passar a noite na capital pernambucana, a empresária chegou, na tarde desta terça (10), ao Fórum Rodolfo Aureliano, no Centro da cidade, para assinar documentos da prisão domiciliar e fazer a coleta de digitais. Porém, em vez disso, foi informada de que a prisão domiciliar tinha sido revogada e que ela voltaria ao presídio.
Revogação da prisão domiciliar
A revogação da prisão domiciliar foi comunicada a Deolane, no início da tarde desta terça, na 12ª Vara Criminal, no Fórum Rodolfo Aureliano, no bairro da Ilha Joana Bezerra, no Centro do Recife.
Segundo informações apuradas pelo g1, Deolane foi beneficiada pelo artigo 318A do Código de Processo Penal e por um habeas corpus coletivo concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de 2018, que substitui a prisão preventiva por domiciliar para gestantes, lactantes e mães de crianças de até 12 anos ou de pessoas com deficiência. A empresária é mãe de uma menina de 8 anos.
Além de Deolane, a decisão beneficiou Maria Eduarda Filizola, esposa de Darwin Henrique da Silva Filho, dono da Esportes da Sorte, empresa de aposta online investigada na operação; e Marcela Tavares Henrique da Silva Campos, irmã de Darwin e sócia dele numa das empresas investigadas.
Além de conceder o habeas corpus, a Justiça determinou que Deolane cumprisse algumas medidas cautelares. Entre elas, estava a proibição de se manifestar sobre o caso nas redes sociais, em entrevistas à imprensa ou em outros meios de comunicação. Ela também foi proibida de ter contato com os demais investigados e deveria permanecer em casa todos os dias, incluindo nos fins de semana.
O descumprimento da decisão ocorreu logo depois que ela deixou a Colônia Penal Feminina, no bairro da Iputinga, na Zona Oeste do Recife. Cercada por jornalistas e por fãs que a aguardavam do lado de fora, a influenciadora falou que considerava a prisão “criminosa”
Pouco tempo depois do pronunciamento, a conta da advogada no Instagram publicou uma foto dela, na qual aparece com uma espécie de fita na boca, formando um “X” no centro, com a legenda “Carta aberta…”.