Polícia Civil de Pernambuco classifica operação como ‘uma das maiores de sua história’. Ao todo, 140 pessoas são investigadas. A operação — chamada de ‘Efeito Helicóptero’ — cumpriu 84 mandados de busca e apreensão.
A Polícia Civil de Pernambuco deflagrou nesta quarta-feira (25) uma operação para prender mais de 66 suspeitos de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro que atuavam em 20 estados do Brasil. A quadrilha movimentou cerca de R$ 500 milhões entre 2021 e 2022, segundo a corporação (veja vídeo acima).
Ao todo, 140 pessoas são investigadas. A operação — chamada de “Efeito Helicóptero” — cumpriu 84 mandados de busca e apreensão.
Além disso, a 5ª Vara Criminal da Comarca de Recife ordenou o sequestro de veículos e imóveis, bloqueio judicial de contas bancárias e de contas de criptomoedas e revogação do registro e porte de arma de fogo. Pedras preciosas e 3.596 munições de fuzil foram apreendidas em Mato Grosso.
Entre os mandados de prisão cumpridos até o momento, 17 foram direcionados a homens que já cumprem pena em presídios espalhados pelo estado de Pernambuco.
A Polícia Civil estadual classificou a operação como “uma das maiores de sua história” (saiba, mais abaixo, como começou a investigação).
A corporação contou com a participação de 340 agentes pernambucanos, além de policiais civis e federais de outros estados.
A ação é coordenada em parceria com a Diretoria de Operações Integradas (Diopi) e de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).
Operação pelo país
Em Pernambuco, há alvos em oito cidades. Os mandados se concentram nos municípios de Abreu e Lima, Caruaru, Igarassu, Itaquitinga, Jaboatão dos Guararapes, Limoeiro, Petrolina e Recife.
Outros estados que também cumprem mandados são:
– Amazonas;
– Ceará;
– Mato Grosso;
– Mato Grosso do Sul;
– Pará;
– Paraná;
– Paraíba;
– Piauí;
– Rio de Janeiro;
– Rio Grande do Sul;
– Roraima;
– Santa Catarina;
– São Paulo.
E a operação foi resultado de uma parceria entre:
- Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), da Polícia Federal (PF);
- Comando de Operações e Recursos Especiais (Core), da PCPE;
- Gerência de Inteligência e Segurança Orgânica (Giso) da Secretaria de Ressocialização (Seres);
- Grupamento Tático Aéreo (GTA), da Secretaria de Defesa Social (SDS);
- Polícias civis do Amazonas, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina e São Paulo.
Investigação
De acordo com o delegado José Custódio, da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) de Pernambuco, a investigação começou após a apreensão de 23 quilos de cocaína no bairro de Jardim São Paulo, na Zona Oeste do Recife. Uma pessoa foi presa pela Polícia Militar.
“Resolvi iniciar uma investigação para identificar os financiadores, fornecedores e quem seriam os beneficiários desse crime. Então, a gente identificou presidiários de várias unidades prisionais em Pernambuco que estavam financiando o tráfico no Grande Recife e remetiam a droga para a pessoa que foi presa”, afirmou o delegado.
José Custódio disse, também, que o dinheiro resultante da venda das drogas era enviado para empresas de fachada em outros estados. Eram empresas de eventos, mídias digitais e comércio de ouro.
“As transações financeiras entre os investigados giram em torno de meio bilhão de reais. Alguns presidiários chegaram a movimentar mais de R$ 3 milhões. Outros, mais de R$ 2 milhões ou R$ 1,5 milhão. Aí a gente totaliza quase meio bilhão, focando inclusive nos anos de 2021 e 2022”, explicou.
Ainda segundo o delegado, um dos homens investigados dobrou o valor de sua conta bancária enquanto permanecia preso. Ao menos nove pessoas tiverem bloqueio de criptoativos, uma espécie de “dinheiro virtual” protegido por criptografia.
g1 Pernambuco