Investimentos ocorrerão nos estados do Nordeste e parte de Minas Gerais e do Espírito Santo. Programa vai focar na pesquisa, capacitação profissional e expansão do cultivo.
A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) lançou, nesta terça-feira (10), o Programa Inova Palma. A iniciativa vai investir R$ 7 milhões em pesquisas e fortalecimento da produção da palma forrageira nos 11 estados que fazem parte da área de abrangência do órgão.
A planta, que é uma espécie de cacto, é utilizada na alimentação do gado no semiárido nordestino, pela alta resistência às secas e capacidade de armazenar água.
A proposta é de que essa vegetação passe a ser utilizada mais massivamente nos nove estados do Nordeste e em parte de Minas Gerais e do Espírito Santo, onde a Sudene também atua. O programa deve ser estruturado até o final deste ano e começar a execução em 2024
Durante o lançamento do programa, na sede da Sudene, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, o superintendente Danilo Cabral disse que o programa deve ajudar no enfrentamento de grandes secas.
“Nós vamos investir em pesquisa, qualificação e expansão. A gente tem cerca de 500 mil hectares de cultivo de palma na região e queremos ampliar, sobretudo nesse momento, com a perspectiva de uma seca mais dura com a chegada do El Niño. Precisamos estruturar o semiárido, e quem o habita, para poder garantir cidadania durante esse período”, explicou Danilo Cabral.
Além da pecuária, as pesquisas financiadas pelo programa também apontam outras aplicações no cultivo da planta, como a alimentação humana e potencialidades farmacêuticas.
“A gente sabe que a palma é uma espécie de muita potencialidade. Ela é muito importante para a pecuária, representa a principal fonte de alimentação dos rebanhos. Ela tem também outras potencialidades ligadas, por exemplo, à medicina e ao próprio consumo humano pelas características que ela tem. Ela tem muita água, 90% da palma é água”, complementou o superintendente.
Ainda segundo Cabral, com o lançamento do programa, deve ser iniciada uma fase de diálogo com produtores, pesquisadores e empresários do setor para definir, em conjunto, onde os valores serão investidos e propor parcerias com entidades como o Instituto Nacional do Semiárido.
“Essa rede está sendo montada para definir. Ela é horizontal. É uma rede aberta, uma rede viva, e o papel dela é justamente trabalhar de forma integrada a operação desses recursos. A nossa expectativa é de que, até o final deste ano, a gente consiga estruturar a execução porque nós vamos fazer isso através de parcerias”, explicou.