Sob a gestão do ex-prefeito, Ângelo Ferreira, Sertânia recebeu nota D no IGM-PREV e aparece entre os piores desempenhos do estado; Tribunal alerta para risco à sustentabilidade do regime próprio dos servidores.
O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) divulgou o resultado do IGM-PREV 2024, indicador que avalia a qualidade da gestão dos regimes próprios de previdência (RPPS) dos municípios. O levantamento revelou um cenário preocupante no estado — e Sertânia está entre os casos mais críticos. O município recebeu nota D, ficando na parte mais baixa do ranking e com desempenho considerado insuficiente para garantir a sustentabilidade do fundo previdenciário.
O IGM-PREV 2024 avaliou 148 Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) com base em cinco eixos temáticos, que medem desde o funcionamento básico da previdência até sua sustentabilidade no longo prazo. O estudo utilizou critérios objetivos e classificou os RPPS em faixas de desempenho que vão de A a E.
No caso de Sertânia, a gestão municipal de 2024 exercida pelo ex-prefeito Ângelo Ferreira — figura como uma das piores avaliações do estado. A nota D (50 pontos) representa um nível de risco significativo para a solvência do regime previdenciário local, apontando problemas estruturais na administração do fundo. Esse resultado aponta problemas na condução financeira e administrativa do fundo, incluindo possíveis fragilidades no cumprimento de obrigações legais e na gestão de recursos dos servidores.
O desempenho coloca Sertânia ao lado de outros municípios que também aparecem no fim da lista, enquanto cidades como Custódia, Ibimirim e Quixaba figuram entre as melhores avaliações da região.
A responsabilidade por essa situação recai sobre Ângelo Ferreira, acusado de negligência na gestão do regime previdenciário municipal (RPPS), de omissão de informações e de má condução das finanças públicas, especialmente no que se refere ao equilíbrio atuarial e à transparência.
Em março de 2025, o TCE-PE homologou um Auto de Infração contra o ex-prefeito por sonegação de informações relativas a 12 indícios de irregularidades, ironicamente, um caso que se refere às pendências deixadas pela própria gestão. A multa aplicada foi de R$ 10.668,01.
Além disso, em decisão de 2017, o próprio ex-prefeito já havia sido multado em R$ 7.590,00 por atraso no envio de informações contábeis obrigatórias, o que revela um histórico recorrente de descumprimento de obrigações de transparência.
O legado deixado por Ângelo Ferreira, marcado por déficits previdenciários, passivos acumulados 6 desorganização na gestão, não é apenas contábil: abala a confiança e a segurança dos servidores públicos municipais de Sertânia. Com base nos dados recentes do TCE, a sustentabilidade da previdência local está comprometida, elevando o risco de atrasos, cortes ou restrições nos benefícios futuros.
