Notícia boa para Sertânia, notícia que o Tribuna do Moxotó gosta de dar. A Casa do Ancião foi agraciada com toda justiça na última quarta-feira, dia 15, com a medalha de honra Rute Bacelar pelo Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, graças ao trabalho incansável de sua grande líder Telma Lafayette. Pena que não está viva para ver seu trabalho se frutificando e sendo exemplo em todo estado.
Quem representou a senhora Telam, foi seu filho Carlos Eduardo Lafayette Valença, conhecido por Cadu. O prêmio é inédito para Sertânia e mostra o quanto o trabalho feito por ela e por outras pessoas que fazem a casa do ancião foi reconhecido.
DIRIGENTE: CARLOS EDUARDO
A instituição casa do ancião de Sertânia deu início no dia 24 de Agosto de 1979, pelo então pároco da cidade Padre Christiano Jacobs.
Tem como objetivo oferecer conforto, segurança e melhorar a qualidade de vida como também oferecer acolhimento aos idosos de Sertânia e região.
A casa do Ancião está localizada em uma área de 8400 metros quadrados e tem uma área construída de 1.250 metros quadrado. É dividida em dois pavilhões com capacidade de acolher 50 idosos.
Importante frisar que apenas 15 instituições foram agraciadas, entre elas a Casa do Ancião de Sertânia. Em 2006, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa, instituíram o dia 15 de junho, dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, que tem por objetivo criar uma consciência mundial, social e política da existência da violência contra a pessoa idosa, e, simultaneamente, disseminar a ideia de não aceitá-la como normal. Na esteira deste movimento mundial o Estado de Pernambuco incentiva a apresentação da rede de proteção e enfrentamento, a qualificação do debate e o fortalecimento das mais diversas formas de prevenção à violência contra a pessoa idosa.
Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS conceitua a violência contra a pessoa idosa como o ato (único ou repetido) ou omissão que lhe cause dano ou aflição e que se produz em qualquer relação na qual exista expectativa de confiança.
Vicente de Paula Faleiros enfatiza que a violência contra a pessoa idosa está situada nesse contexto estruturante de negação da vida, de destruição do poder legitimado pelo direito, seja pela transgressão da norma e da tolerância, seja pela transgressão intergeracional, pela negação da diferença, pela negação das mediações de conflito e pelo distanciamento das realizações efetivas dos potenciais dos idosos ou ainda pelo impedimento de sua palavra, de sua participação.
Neste sentido o Estado de Pernambuco institucionaliza a promoção e proteção dos direitos da pessoa idosa pernambucana por meio da criação da: Gerência de Saúde do Idoso em 1991, Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa em 1994, Política Estadual do Idoso em 2001, Delegacia do Idoso em 2007, Centro Integrado de Atenção e Prevenção à Violência Contra a Pessoa Idosa em 2008 e a Coordenadoria de Defesa e Promoção dos Direitos da Pessoa Idosa em 2011. Estas instâncias atuam em diálogo contínuo com as demais políticas públicas para a promoção e garantia dos direitos da pessoa idosa no estado de Pernambuco.
Vale ressaltar que as denuncias de violência contra pessoas idosas representavam em 2019, 30% do total de denuncias de violações de direitos humanos recebidas pelo canal telefônico Disque 100, o que somava em torno de 48,5 mil registros. Em 2018, o serviço recebeu 37,4 mil denuncias de crimes contra idosos.
No fim do ano passado, com o isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19, o numero observado aumentou 53%, passando para 77,18 mil denuncias. No primeiro semestre de 2021, o Disque 100 registrou mais de 33,6 mil casos de violações de direitos humanos contra o idoso, no Brasil.
Um levantamento realizado pelo Centro Integrado de Atenção e Prevenção à Violência Contra Pessoa Idosa (CIAPPI), programa vinculado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), revelou um aumento no número de denúncias contra idosos em Pernambuco, durante o ano de 2021. De acordo com o programa, foram recebidas 1.352, o que caracteriza um aumento de 65.28%, se comparado a 2020, que registrou 818 queixas.
De acordo com o Centro, também foi percebida a mudança da faixa etária das pessoas que mais sofreram com as agressões. O estudo apontou que, em 2020, os idosos e idosas mais violados tinham idade entre 70 a 79 anos. Já em 2021, subiu para 80 a 89 anos. Além disso, as mulheres continuam sendo as maiores vítimas destas violações, abarcando 934 das 1.352 denúncias recebidas em 2021.
Considerando o número de violências identificadas em cada denúncia, do total de 3.161, destacam-se as cinco mais registradas no banco de dados: negligência (633), violência financeira (469), verbal (469), psicológica (420) e abandono (289).
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