Paulo Câmara decreta luto oficial pela morte de Marco Maciel
Ex-governador de Pernambuco e ex-vice-presidente da República, que faleceu neste sábado, tinha como marcas o espírito público e o diálogo político
O governador Paulo Câmara decretou, na manhã deste sábado (12.06), luto oficial de sete dias em Pernambuco pela morte de Marco Maciel, ex-governador do Estado e ex-vice-presidente da República. Ele faleceu na madrugada de hoje, em Brasília, aos 80 anos de idade.
“Com a morte de Marco Maciel, o Brasil perde um político que sempre esteve aberto ao diálogo e ao entendimento. Ao longo de sua trajetória como deputado, governador, senador, ministro e vice-presidente da República, defendeu suas posições com ética e elevado espírito público. Características que também o destacaram na Academia Brasileira de Letras”, disse o governador.
Paulo Câmara prestou solidariedade à Anna Maria Maciel, aos filhos Gisela, Cristiana e João Maurício, e aos demais parentes e amigos do ex-governador. “Fica decretado luto oficial de sete dias, em homenagem a esse grande pernambucano”, finalizou.
Ao longo da carreira, Marco Maciel atuou como líder estudantil, deputado estadual e federal, senador e governador de Pernambuco. Exerceu, ainda, o mandato de vice-presidente da República durante os dois governos de Fernando Henrique Cardoso, de 1995 a 2003.
NOTA DE PESAR DO DEPUTADO SILVIO COSTA FILHO
Lamento profundamente a morte do ex-governador, deputado, senador e vice-presidente Marco Maciel. Um homem que sempre cultivou a boa política, o diálogo e o amor pelo Estado e pelo Brasil. Marco Maciel é uma grande referência para todos nós. Sempre trabalhou em defesa dos interesses de Pernambuco. Sem dúvida alguma, é um exemplo para a nossa geração. Sempre foi um homem sereno, equilibrado, que procurou fazer política respeitando a todos, independentemente de posição partidária, ideológica ou social. Nesse momento de dor, me solidarizo com todos os familiares e amigos que ele construiu ao longo da vida pública.
Deputado federal Silvio Costa Filho e família
De Armando Monteiro sobre Marco Maciel
Como político, Marco Maciel encarnou as maiores virtudes republicanas, honradez e dedicação às melhores causas. Como cidadão exemplar, nos deixou lições de moderação, equilíbrio e civilidade, que devem ser sempre valorizadas, especialmente neste tempo em que vivemos. Uma grande perda para o Brasil.
O meu abraço a Dona Ana Maria e familiares.
Armando Monteiro Neto
NOTA DE PESAR DE DANILO CABRAL
Pernambuco perdeu Marco Maciel. Sua trajetória como deputado, senador, governador e vice-presidente teve o símbolo da correção e lealdade aos seus princípios. Cultivou, na vida pessoal e política, o valor do respeito a fidalguia com as pessoas, que tanto faz falta hoje ao Brasil.
Danilo Cabral, deputado federal
Miguel Coelho reverencia história de Marco Maciel: “orgulho do Nordeste”
Pernambuco tem uma larga tradição de formar homens e mulheres notáveis. O vice-presidente Marco Maciel foi uma dessas figuras que marcaram época e deixaram legado. Para nossa tristeza, hoje perdemos esse homem público brilhante. Deputado estadual, federal, senador, ministro, governador e vice-presidente, o currículo demonstra o tamanho de Marco Maciel. Tinha uma mente extraordinária, sendo imortalizado na Academia Brasileira de Letras. Era ainda amado pelos seus pares e admirado entre seus opositores. Acima disso, foi amado pelos pernambucanos. Orgulho do Nordeste, Marco Maciel honrou sua gente e permanecerá imortalizado na nossa história de bravos guerreiros. Minha solidariedade a todos os familiares e amigos. Mais que um dia triste, este sábado, 12 de junho de 2021, é uma data de reverência a um ilustre filho que tanto fez por Pernambuco e pelo Brasil.
Miguel Coelho – prefeito de Petrolina
TIME DO SANTA CRUZ TAMBÉM EMITIU SUA NOTA DE PESAR POR SEU ILUSTRE TORCEDOR
om profundo pesar, o Santa Cruz decreta luto de três dias pela morte do ex-vice-presidente, Marco Maciel, ocorrida neste sábado (12). Professor e Advogado, foi um político entre os mais notáveis de Pernambuco e do Brasil, sendo deputado, governador e senador pelo estado, além de ministro-chefe do Gabinete Civil da Presidência.
Sua estreita relação com o Santa Cruz está atrelada diretamente em seu DNA, por ser filho do ex-prefeito do Recife, José do Rego Maciel, responsável pela doação do terreno do Arruda ao clube e que dá nome ao Estádio.
Como governador de Pernambuco, autorizou a participação do estado em um empréstimo, que permitiu a ampliação do Arruda. Em 2016, recebeu do Conselho Deliberativo coral a Comenda Gran Benemérito Presidente Aristófanes de Andrade, entregue à esposa Anna Maria Maciel.
O Santa Cruz deseja força aos familiares e amigos.
TRIBUNA DO MOXOTÓ E SEU EDITOR LEMBRA UM POUCO DA TRAJETÓRIA POLÍTICA EM SERTÂNIA DESSE GRANDE POLÍTICO MARCO MACIEL
Nos idos dos anos 70, Marco Maciel entrava na política, família tradicional do Recife, filho de José do Rego Maciel e Carmen Sílvia Cavalcanti de Oliveira. Em Sertânia quando candidato a deputado estadual teve apoio do líder nato Raul Torres Lafayette, eleito com uma grande margem de votos. Antes porém, Formou-se em direito pela Universidade Federal de Pernambuco atuando depois como advogado.
Quando nos bancos universitários iniciou sua vida pública ao ser eleito presidente da União Metropolitana dos Estudantes de Pernambuco, em 1963, realizando uma gestão que o levaria a romper com a cúpula da União Nacional dos Estudantes. A eleição para a UME contou com o apoio financeiro do IPES – Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, organização de direita criada no fim de 1961. Nos anos vindouros, Marco Maciel se filiaria a ARENA, partido que apoiava o regime de ditadura militar então instaurado, e passaria a atuar na política partidária na qual estreou em 1966 ao se eleger deputado estadual e a seguir deputado federal nos anos de 1970 e 1974.
No decurso de seu segundo mandato foi eleito presidente da Câmara dos Deputados em março de 1977, para o biênio 1977—1979 e em sua gestão, o presidente Ernesto Geisel decretou o recesso do Congresso Nacional, através do Ato Complementar 102 em 1º de abril de 1977, com o intuito de aprovar a reforma judiciária que fora rejeitada pelo parlamento que seria reaberto em 14 de abril, após a outorga de duas emendas constitucionais e de seis decretos-leis regulamentando a reforma do judiciário e a reforma política, esta última caracterizada pela instituição dos chamados senadores biônicos. Apesar de contrário à supressão das prerrogativas do Congresso Nacional, Marco Maciel acatou a decisão presidencial mas não tomou parte nas cerimônias que marcaram a vigência das medidas baixadas pelo Poder Executivo. Não polemizou no entanto a respeito do assunto e, em sinal de reconhecimento por sua postura, foi indicado governador biônico de Pernambuco pelo próprio Geisel em 1978.
Ao longo de sua gestão montou uma equipe de técnicos e políticos que cerraram fileiras nas eleições de 1982, quando o PDS pernambucano obteve um apertado triunfo, contra os oposicionistas do PMDB, tendo à frente o senador Marcos de Barros Freire, então candidato a governador. Eleito senador naquele ano, Maciel teve seu nome lembrado como uma das alternativas civis à sucessão do presidente João Figueiredo, em face, sobretudo, de sua grande capacidade de articulação.
À medida que os debates sobre a sucessão presidencial tomavam forma as lideranças do PDS viam surgir diversos nomes que tencionavam a indicação oficial do partido, dentre os quais, Marco Maciel. Entretanto a contenda derradeira aconteceu em 11 de agosto de 1984, quando o deputado federal paulista Paulo Maluf derrotou o Ministro do Interior, Mario Andreazza, na convenção nacional do PDS por 493 votos a 350, fato esse que serviu como senha para que os dissidentes da legenda se agrupassem na chamada Frente Liberal (embrião do PFL, o atual Democratas) e a seguir hipotecassem o seu apoio à candidatura de Tancredo Neves, o candidato das forças de oposição ao Regime Militar de 1964. Para a oficialização do acordo os partidários de Tancredo deveriam escolher um dos quadros da dissidência governista como candidato a vice-presidente e a escolha recaiu sobre o senador maranhense José Sarney, embora o próprio ungido tenha sugerido, sem sucesso, o nome de Marco Maciel. Hábil na costura dos acordos políticos que asseguraram a vitória oposicionista no Colégio Eleitoral, logo o nome de Marco Maciel foi confirmado como o novo Ministro da Educação sendo o titular dessa pasta de 15 de março de 1985 até 14 de fevereiro de 1986 quando o presidente José Sarney (efetivado após a morte de Tancredo Neves) o remanejou para a chefia da Casa Civil onde Maciel permaneceu até 30 de abril de 1987.
No Plebiscito de 1993, Marco Maciel foi parte da Frente Presidencialista Republicana
Vice-presidente
De volta ao Senado Federal manteve seu apoio ao governo Sarney o que não o impediu de ser um dos entusiastas do apoio do PFL à Fernando Collor de Mello nas eleições presidenciais de 1989, mesmo diante da candidatura pefelista de Aureliano Chaves. Com a vitória de Collor em segundo turno sobre Luiz Inácio Lula da Silva o Partido da Frente Liberal passa a ocupar a base política do novo presidente.
Reeleito senador em 1990 Marco Maciel passou à condição de líder do governo Collor no Senado, função da qual declinou quando o processo de impeachment do presidente se apresentou irreversível. Em agosto de 1994 foi escolhido pelo PFL como o novo candidato a vice-presidente da República em substituição ao senador alagoano Guilherme Palmeira em virtude de denúncias de irregularidades na destinação de emendas orçamentárias que pesavam sobre esse último, sendo eleito e reeleito como companheiro de chapa de Fernando Henrique Cardoso em 1994 e 1998, respectivamente.
Em março de 1995 exerceu a presidência da república do Brasil pela primeira vez conforme ordenava a constituição da época, recebeu em seu gabinete da Vice-Presidência da Republica, no Palácio do Planalto, o Título de Professor Visitante da UniverCidade/RJ, do jornalista e Reitor Paulo Alonso. Sua postura discreta permaneceu inalterada, mesmo diante dos episódios que levaram ao rompimento do PFL com o governo federal às vésperas das eleições de 2002, nas quais Marco Maciel conquistou seu terceiro mandato como senador pelo estado de Pernambuco.
Morte
Marco morreu em 12 de junho de 2021, aos oitenta anos de idade, em um hospital particular do Distrito Federal.
EM SERTÂNIA DEIXOU IMPORTANTES OBRAS COMO A ANTIGA BR-110 QUE LIGA SERTÂNIA A CRUZEIRO DO NORDESTE.
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