“Terra de um sol para cada habitante?” como assim cara pálida??
A história que origina esta cidade é belíssima, em suas raízes uma cidade que nasceu para oferecer oportunidades a seus filhos e aqueles que aqui chegassem. Um município que nasceu sob a égide da igualdade, mesmo localizada nos torrões dos coronéis, uma cidade que, pela sua localização, no sertão do Moxotó, é conhecida como a princesa do Moxotó, mas hoje ao completar 148 anos de emancipação, cabe a pergunta e a reflexão sobre o QUE TEMOS A COMEMORAR??
Para a parte miúda da sociedade elitista do município, que tem plano de saúde, que tem carros importados e que não se posiciona politicamente porque acha que tudo está muito bem, defensora feroz do status quo, e com sua miopia política teima em enxergar apenas palmo do seu nariz, numa cegueira conveniente e até sórdida, já que os mais carentes é que sofrem a ausência principalmente de saúde.
São estes que não podem desfrutar de um diagnóstico de saúde com antecedência em Sertânia porque para tudo tem que recorrer a outras cidades. O que devemos comemorar nestes 148 anos de emancipação política?
Há mesmo um sol para casa habitante, como traz neste dia a propaganda da prefeitura ao “comemorar” os 148 anos de emancipar política do município? E diante desse sol para cada sertaniense, indagamos, pois:
Devemos comemorar que não temos um hospital que nossos entes queridos possam se internar e aqui ficarem?
Comemorar que nossas grávidas tenham seus filhos aqui?? Comemorar que não temos um Bloco Cirúrgico, apesar das inúmeras promessas de campanha?
Comemorar que temos um grupo político no poder que parece olhar apenas para seu próprio umbigo, para seu grupinho político, esquecendo grande parte da população e privilegiando apenas os seus em detrimento daqueles que realmente precisam de uma assistência digna?
Comemorar que não temos uma universidade e que nossos filhos continuam saindo para outros centros porque aqui quase nada oferece??
Comemorar que o autor do hino de Sertânia, o poeta e professora Waldemar Cordeiro, sequer tem uma rua, ou uma escola ou até mesmo uma praça com o seu nome?
Comemorar que nossa bandeira mudou definitivamente de cor, sendo agora vermelha e amarela, o verde e branco já era??
Comemorar que temos um grupo político que manda em Sertânia há mais de 20 anos e que nada muda para seu povo, mudando (para melhor) apenas para este mesmo grupo?
Comemorar que temos uma oposição política covarde, omissa e oportunista, uma oposição de conveniência, buscando apenas chegar ao poder sem pudor para fazer a mesma coisa que o atual grupo faz?
Comemorar enfim, que os anos passam e realmente nada muda em Sertânia e que isto se deve ao capital político que temos, ou seja, na verdade políticos egocêntricos, oportunistas, medíocres e fisiologistas, nada diferentes dos eleitores que tem?
Se você quer comemorar fique a vontade – junte aqueles que certamente gozam das benesses de ser poder em Sertânia; juntem-se aqueles que privilegiados do prefeito, estão ocupando as vagas dos aprovados no último concurso e que estes mesmos aprovados nada têm a comemorar, já que estes mesmo apadrinhados estão sem seus lugares. Comemore então!
Eu particularmente, como sertaniense, como filho de funcionária pública, como cidadão sertaniense que ama essa terra, que faço parte desse povo e que deseja realmente esse sol, nada tenho a comemorar.
Bom, sem querer ser pessimista demais e sem querer ser chato também com o nosso poeta Waldemar Cordeiro, definitivamente “Sertânia não vive lances de odisseia”, mas, acredito que ela “emergirá desse mar de pó”, não sei quando, mas, EU ACREDITO!
148 anos de emancipação política – o que temos a comemorar??
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