Marcellus Ugiette*
Estava refletindo sobre o que nos ocorreu esses dias, e me permitir comentá-las, em especial a lamentável e aterrorizante agressão as sedes dos 3 poderes constituídos, comportamento anunciado e inspirado pelas sucessivas investidas do “líder – marruá” que se auto intitulou de mito, assim como agiram alguns exemplos históricos – Átila e Hitler – de “líderes”, de lideranças negativas que sinterizaram maldades destinadas a humanidade. A história e as semelhanças com o ex-presidente Bolsonaro são enormes, ele que se escondeu nos EUA e se torna vivo atrás de uma teia de mentiras, equívocos e refleti qual a razão de se seguir e se inspirar em um ser que abraça a tortura, que maltrata mulheres, negros e homossexuais, que não tem empatia com a vida dos seres humanos, e que foge e deixa seus seguidores sob sua fantasia esclerosada, sob sua mentira mal contada, nefasta e que apresenta tão somente de um projeto pessoal ou de sua família, doentia.
Quando tratamos da figura de um líder, um líder positivo, lembrei de um filme de 1961, tratando de uma verídica história de Rodrigo Diaz de Vivar, EL CID – o lorde, interpretado por Charlton Heston.
A história é bela e impactante, e não faço a análise de quem estava certo entre El Cid e o Rei Ferdinando da Espanha, seu filho Sancho que também foi Rei e seu irmão Alfonso que após sua morte assumiu o reinado da Espanha.
A cena que mais me marcou e marca até hoje, é a certeza de como é importante e é positiva a figura de um líder, claro um líder positivo.
El Cid foi o maior guerreiro da Espanha e um grande LÍDER. Valência estava sob ataque e riscos da tropa Muçulmana e El Cid morreu, em Valência, aos 56 anos.
Nos idos do fim década de 70 e início de década de 80, vi ainda muito jovem, ao assistir a película que me gravou para sempre, a ideia é a síntese de um líder positivo.
El Cid, o maior guerreiro da época, faleceu aos 56 anos, mas as guerras continuaram e os muçulmanos tencionavam capturar Valência, agoniada e vendo seu povo sob risco, Jemima esposa de El Cid, vestiu com armadura o corpo sem vida de seu marido, o colocou e o amarou sobre um cavalo e ele marchou a frente de sua tropa.
As tropas muçulmanas ao verem El Cid a frente e comandando positivamente a sua tropa, resolveram recuar e diz a história que a resistência comandada por falecido LÍDER, conseguiu êxito.
Já usei esse fato histórico tantas vezes, em sala de aula, em conversa com amigos, e nesses dias relembrei muito.
Tivemos há 2 dias atrás um cruel ataque a democracia brasileira e diria um ataque ao mundo civilizado, uma vez que avisa e põe em risco o estado democrático de direito; uma tentativa de golpe com requintes terroristas que, felizmente não logrou êxito, mas alerta a toda gente sã, pois foi imaginado, articulado, inventado, costurado, e definido por diversas vezes pelo ex-presidente Bolsonaro que, sob o rótulo de “líder”, dono das forças armadas, dos falsos cristãos e de minoria que resolveu desistir do cérebros, se intitulou mito – Átila o Rei dos Unos e Hitler também tiveram a mesma pretensão e assim agiram sob esse “manto -.
Mas, quando lembrei de El Cid que defendeu seu povo e foi a frente mesmo depois de morto, fico a pensar na sua antítese, pois temos, um marruá, um fugitivo, um fujão que toda vez que a “coisa aperta” tem problemas intestinais.
Penso como ser “seguidor” de um “líder marruá” que põe suas digitais em todos os nefastos e nazifascistas comportamentos que vem sendo praticados por “pequena parte de seu gado”, e depois os deixa, foge, e de longe, de muito longe inflama tenta prejudicar o país que deveria querer o bem.
Já não se fala mais em acefalia, daria para se cogitar metaforicamente em uma minoria de zumbis sob a “orientação e inspiração de um pusilânime que os leva a vergonha, a degradação e a prática de ilícitos deploráveis contra a liberdade, contra a democracia.
A dicotomia, até a polarização, a divergência de pensamentos e ideologias nunca fez mal a humanidade, faz parte da democracia e assim é, pois até os “terroristas” de domingo – como foram chamados os agressores da democracia brasileira -, assim conseguiram sua “caminhada” em face da garantia de que podem se manifestar sob a tutela da Constituição federal, porém, jamais para tomar o poder a força fazendo da bandeira do Brasil um símbolo do autoritarismo ou um símbolo do nazifascismo. A Constituição Federal é o limite e o golpe, seja civil ou militar é repudiado e inconcebível no estado de direito.
O atentado à democracia, foi real e uma fantasia monstruosa a nos assombrar e ao mundo, num aviso de que devemos cada vez mais cuidar – com o bem – a doença do mal e da maldade, para garantirmos às gerações um futuro de paz e harmonia.
Ontem, demos uma demonstração de que a democracia venceu e que o golpe fracassou. As marcas da acefalia, ou do zumbismo servem para cultivar e fortalecer ainda mais a luta e a esperança por dias melhores para nosso país.
Hoje o “o lider” marruá, é um bico vivo morto bem diferente da vida e morte de El Cid, é a antítese, o contraste.
por que a história de El Cid?
Ah, El Cid, por sua história de guerreiro em prol do bem, como bom líder que era, fez “recuar” e espantou as tropas que desejavam dominar Valência, mesmo morto e amarrado em cima de um cavalo, prevaleceu sua história, seu espírito positivo em defesa do seu povo e do bem desse povo.
Um herói que a morte não o venceu, pois nem morto fugiu a boa causa de ajudar seu povo.
E a antítese?
É o bisonho marruá – fujão – que além de deixar seus seguidores a mercê de suas inspirações nefastas e fascistas, entorpeceu e acefalou uma minoria radical e que também perdeu o bom senso e o amor pela pátria, para realizar o que, tenho certeza, nem eles mesmos (os integrantes) com o mínimo de cérebro, jamais desejariam fazer, a saber: Realizar um golpe de Estado, mortificar a democracia, o estado de direito e a liberdade de vida e expressão.
El Cid continua vivo na história como um líder que jamais fugiu da missão positiva para seu povo; a história legará à Bolsonaro o selo da mentira, da covardia, de um golpista fracassado, de um ex presidente que tentou prejudicar o país de todas as formas, inclusive fomentando o golpe à democracia, a Constituição Federal, à liberdade, ao estado de direito e a imagem do Brasil.
A destruição física das sedes dos 3 poderes em Brasília não foi suficiente para destruir o sentimento, a altivez, a vontade de não retroceder do povo brasileiro.
Sob a batuta do presidente da república legitimamente eleito, a democracia rapidamente foi resgatada, segue com vigor e, a ele, de resto, resta no
mínimo o adjetivo de marruá.
El Cid mostrou como é ser um líder, como se ama seu povo, sua gente, o ex presidente descortina, mesmo para os zumbis que criou, como ser um “líder” negativo, ruim, revela sim sua face fracalhã, bisonha, seu ódio ao país, sua falta de compromisso com o Brasil.
Como se segue uma marruá tão nocivo!?
Mas ele já se condenou no seu esconderijo e na sua “sempre presente” indelicadeza intestinal.
Assim como El Cid havia morrido fisicamente, as sedes dos 3 poderes tiveram suas estruturas físicas destruídas, mas assim como o simbolismo de El Cid vivo em sua armadura, assim partimos para o bom revide, vivos, sem teto é bem verdade, mas com o plangente, pulsante e incansável sentimento de liberdade e paz no nosso coração brasileiro, espantando os zumbis aterrorizantes e suas ideias nazistas e ditatoriais.
A nossa armadura é a pátria livre do mal e em paz. A marcha de ontem nos disse: as instituições estão fortes, unidas, harmônicas e prontas para defender a democracia e o povo brasileiro de qualquer ataque a sua liberdade e do direito de viver em paz. Com ou sem teto, a democracia sobrevive as intempéries.
Que o marruá continue escondido.
Viva a democracia!
*Por Marcellus Ugiette – Promotor de Justiça aposentado – Mestrado em Criminologia Forense e Advogado e professor de Direito
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